9 de abril de 2012

Texto descritivo: A Última Casa

No final da rua de chão surrado pela água do oceano, se esconde a mais bela construção do homem. A simplicidade de sua cor verde recém retocada por velhos marceneiros, resguarda uma pequena moradia de pescadores.
A sua varanda de entrada ainda conserva o chão limpo da última grande faxina.
O pequeno portão localizado ao fundo da construção já mostra cicatrizes de seu centenário de existência. Há cada nova batida causada pelo vento trazido das ondas, abre-se um pequeno ferimento na tinta branca.
Para quem a vê de frente, o telhado pintado de vermelho chamativo causa imenso contraste com o azul do Pacífico. O barco movido pelo vento deixa o cenário ainda mais inusitado.
Rodeada por coqueiros e rochas negras, a casa se deixa transparecer ao pôr do sol, que revela uma velha estofaria à direita do quarto principal.
Duas cadeiras, já com enormes rasgos nas escorras dão ao visitante a oportunidade de se sentir em casa.
Sem nunca ter tido a oportunidade de ser iluminada por energia elétrica, a casa tem o prazer de receber a luz branca da lua com o início da madrugada.
No mar as ondas se chocam, no pequeno matagal os grilos cantam, no rochedo uma pedra rola... E essa se torna a melodia que embala o reflexo da pequena casa dançando sobre as ondas nervosas do Pacífico.

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